Há 31 dias segui, na passagem de ano, a famosa simpatia envolvendo lentilhas, apenas desejando que na minha próxima virada de ano eu pudesse estar em uma situação totalmente diferente. Fui até humilde no meu pedido, mas essa tal de lentilha mudou minha vida mais do que eu poderia imaginar. E, por mais que ainda falte um pouquinho mais de um mês para eu finalmente embarcar em um avião e mudar completamente de vida, há uma série de coisas com as quais me preocupar. Mas, em vez de estar fazendo uma listinha de "itens indispensáveis", criei esse blog (coisa que estou acostumada a fazer com frequência desde muito tempo atrás) para falar da minha viagem de "férias". Este é apenas o primeiro texto de muitos que estão por vir e juro que os próximos serão mais interessantes.
Vamos com calma e por ordem cronológica. Soube da seleção no segundo dia do mês e teria que fazer a inscrição até o dia cinco. Enlouqueci a todos, inclusive minha mãe, que não ficou nada feliz com a ideia de perder sua filha por seis meses. Mas as mães nada podem fazer quando suas filhas querem (e precisam) voar. Bem meiguinha essa frase.
O primeiro passo para fazer a inscrição foi escolher uma instituição de destino. 62 universidades estavam me dando sopa. E por que não a UNB? Por que não a UFRJ? Por que a UFOP? Tive três motivos específicos para escolher a Universidade Federal de Ouro Preto.
Fiz minha inscrição e o resultado sairia em duas semanas, mas, para minha surpresa, saiu dois dias depois. E, adivinha? Fiquei na primeira suplência. Isso mesmo, amigos, não fui selecionada logo de cara. Fiquei para morrer, enquanto mamãe ficou felicíssima. Nessa altura eu só havia contado que estava concorrendo à bolsa para uns quatro amigos. "Ah, mas por que você não contou para todo mundo?!" Quem é que gosta de consolo quando seu sonho vai por água abaixo?
Até então só precisava que uma pessoa desistisse, e foi aquela divisão entre otimismo e pessimismo. Eu achava que teria que esperar mais uma semana para saber se iria ou não. Só que, dois dias depois, depois de sair do estágio e entrar no ônibus, recebi esse lindo e-mail:
E, meu Deus, foi a única vez que chorei - até agora - por tudo que está por vir. Ai, sim, espalhei pra todo mundo e o pessoal é sempre muito fofo, né?! "Parabéns" foi a palavra que mais ouvi até hoje.
O engraçado é que, depois daquele dia, tudo tem um gosto de despedida. A cidade já não é a mesma, minhas amigas já não são as mesmas, minha família não é mais a mesma, a UFRN não é mais a mesma. Ah, e eu explico. A cidade está mais bonita, minhas amigas são mais amigas do que eu estava acostumada a enxergar, minha família é a melhor que eu poderia ter e - droga - como eu vou sentir saudade, e a UFRN de repente se tornou o melhor lugar para se estar (depois da minha cama. Droga, vou sentir saudades da minha cama também).
Mas por outro lado é bom me despedir. Tem noção de como vou crescer nesses seis meses longe de casa? Tem noção de como vai ser maravilhoso não escutar reclamações da minha mãe diariamente? Tem noção de como vai ser bom fazer novos amigos, passear, aprender outra cultura e ter liberdade?
Todas as noites são um martírio. Em certos dias, glorifico poder me livrar de vocês. Em outros, da vontade de levar cada um em minha bagagem, nem que eu tenha que pagar mais por isso.
Por enquanto, só tenho uma mala, bota, roupas de frio a serem emprestadas pelas irmãs e um diário de viagem. Já tenho uma república onde ficar, divulgo o nome nos próximos posts. Só falta a passagem e todo o resto, mas isso é besteira, né?!
Outra coisa que me perguntam muito: "quando você viaja, Brena?" Nem eu sei. Só poderei ter alguma certeza depois que a UFOP mandar um e-mail dizendo que dia devo me apresentar. Até lá, vocês ficam nessa angústia sem saber quando eu vou partir.
E é isso. Poderia passar a noite falando o que acho sobre meus próximos seis meses, mas vocês já estão sabendo o suficiente por agora. Até a próxima.
Ah, outra coisa: quero sugestões de plano de fundo, perdi a paciência de procurar. Grata.
Elas estão sorrindo, mas estão chorando. Sabem como é. |
- Fica em Minas Gerais, estado do Brasil que sempre tive vontade de conhecer;
- Lá em Minas tem umas 3 ou 4 universidades que eu poderia escolher, incluindo a UFMG, terceira melhor do país. Mas escolhi a de Ouro Preto por ser numa cidade linda, histórica, universitária e que também não fica para trás quando o quesito é “melhor curso de jornalismo do país”;
- Custo de vida. A bolsa auxílio é de R$600. NUNCA conseguiria viver com esse dinheiro em Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul (sem falar na xenofobia), ou qualquer outro estado. Se eu passasse em um deles e mãe percebesse que teria que arcar com mais do que ela já vai, tchau viagem! Teria que ficar cursando meu terceiro semestre na UFRN mesmo. Triste fim.
Fiz minha inscrição e o resultado sairia em duas semanas, mas, para minha surpresa, saiu dois dias depois. E, adivinha? Fiquei na primeira suplência. Isso mesmo, amigos, não fui selecionada logo de cara. Fiquei para morrer, enquanto mamãe ficou felicíssima. Nessa altura eu só havia contado que estava concorrendo à bolsa para uns quatro amigos. "Ah, mas por que você não contou para todo mundo?!" Quem é que gosta de consolo quando seu sonho vai por água abaixo?
Até então só precisava que uma pessoa desistisse, e foi aquela divisão entre otimismo e pessimismo. Eu achava que teria que esperar mais uma semana para saber se iria ou não. Só que, dois dias depois, depois de sair do estágio e entrar no ônibus, recebi esse lindo e-mail:
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Clique para enxergar, grata |
O engraçado é que, depois daquele dia, tudo tem um gosto de despedida. A cidade já não é a mesma, minhas amigas já não são as mesmas, minha família não é mais a mesma, a UFRN não é mais a mesma. Ah, e eu explico. A cidade está mais bonita, minhas amigas são mais amigas do que eu estava acostumada a enxergar, minha família é a melhor que eu poderia ter e - droga - como eu vou sentir saudade, e a UFRN de repente se tornou o melhor lugar para se estar (depois da minha cama. Droga, vou sentir saudades da minha cama também).
Mas por outro lado é bom me despedir. Tem noção de como vou crescer nesses seis meses longe de casa? Tem noção de como vai ser maravilhoso não escutar reclamações da minha mãe diariamente? Tem noção de como vai ser bom fazer novos amigos, passear, aprender outra cultura e ter liberdade?
Todas as noites são um martírio. Em certos dias, glorifico poder me livrar de vocês. Em outros, da vontade de levar cada um em minha bagagem, nem que eu tenha que pagar mais por isso.
Por enquanto, só tenho uma mala, bota, roupas de frio a serem emprestadas pelas irmãs e um diário de viagem. Já tenho uma república onde ficar, divulgo o nome nos próximos posts. Só falta a passagem e todo o resto, mas isso é besteira, né?!
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Presentinho da Érika Oliveira! |
E é isso. Poderia passar a noite falando o que acho sobre meus próximos seis meses, mas vocês já estão sabendo o suficiente por agora. Até a próxima.
Ah, outra coisa: quero sugestões de plano de fundo, perdi a paciência de procurar. Grata.
Parabéns Breninha v é demais, TE AMO. Beijos,
ResponderExcluirBrenoca, que linda! Fico muito feliz com tudo isso que esta acontecendo na sua vida, pois, apesar do pouco tempo de convivência, eu sei que você esta vivendo um verdadeiro sonho. Isso é maravilhoso!
ResponderExcluirCom certeza você vai crescer em uma proporção que nem você tem ideia, assim como vai dar mais valor a coisas que já possui, mas passa tão despercebido.
Aproveita com toda a intensidade que você possa dedicar (nem preciso dizer isso a você, né?). Com certeza estarei acompanhando seu novo blog e mandando toda energia positiva que eu puder. Torço muito por ti e não tenho dúvidas da profissional que você será no fim dessa jornada universitária.
Beijos